quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desenvolvimento local

Resultado de nossa enquete: o Projeto Porto Maravilha tem condições de promover o protagonismo dos ativos históricos e culturais da região portuária do Rio de Janeiro?
  • Sim, desde que esses ativos possuam o apelo turístico valorizado pelo mercado 46%
  • Não. Os ativos valorizados pelo Projeto destacam elementos externos à história e à cultura do local 23%
  • Não tenho opinião, pois as informações sobre o Projeto não estão sendo amplamente divulgadas à sociedade carioca 31%
 Nossa opinião

O resultado da nossa enquete denota a preocupação dos leitores com o legado que os vultosos investimentos feitos na cidade do Rio de Janeiro devem representar futuramente ao desenvolvimento de nossa cidade.

Quase metade de todos os participantes expressou a preocupação com a vertente mercadológica do progresso advindo do Projeto Porto Maravilha para a população carioca, em detrimento das opções que ou destacavam que outros ativos deveriam igualmente ser priorizados ou aquela em que sempre medimos o nível de presença das questões públicas junto aos nossos bem informados leitores. Em outras palavras, significa dizer que uma boa parcela dos nossos leitores está bem informada sobre o referido projeto e concorda que as informações estão sendo amplamente divulgadas à sociedade em geral.

Um ponto nos intriga quanto ao percentual de leitores que acredita que o Projeto Porto Maravilha não tem condições de promover o protagonismo dos ativos históricos e culturais da região portuária do Rio de Janeiro, justamente porque os ativos valorizados pelo Projeto destacam elementos externos à história e à cultura do local.  Esse percentual é mínimo, o menor entre os respondentes.

A nossa dúvida é se esses leitores acreditam que um projeto dessa dimensão não deveria mesmo priorizar os ativos históricos e culturais locais sob o risco não mirar o futuro, ou se eles acreditam que ativos de forte apelo turístico, valorizados pelo mercado é que têm mais potencial de promoção do desenvolvimento de nossa cidade.

É sutil a diferença, mas traz no interior de sua reflexão uma mudança estratégica importante na concepção do projeto de cidade que planejamos para o Rio de Janeiro. Pois ao priorizarmos precisamente o que é mais valorizado pelo mercado, talvez percamos importantes diferenciadores que nos permitirão perceber como a cultura pode contribuir para o desenvolvimento local e por isso mesmo nos tornar mais robustos em relação ao almejado objetivo de desenvolvimento.

É interessante, acreditamos, analisar casos mundiais bem-sucedidos e observar como o resgate e a preservação do patrimônio histórico, cultural, simbólico de um grupo de pessoas foi decisivo na virada que deram em suas cidades rumo a melhoria das condições gerais de convívio e justiça social. E ainda, por outro lado, como o mercado per si não é capaz de promover o bem-estar coletivo sustentável no longo prazo para as nossas cidades.

Voltaremos ao assunto em breve no blog. Contamos com a participação de todos os nossos leitores em relação às preferências aqui expressas e reforçamos que esse é um espaço, sobretudo, para a pluralidade de ideias!

Um comentário:

Anônimo disse...

É o porto de mercado do prefeito.