quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Cultura

Resultado da enquete: as iniciativas das empresas em apoio a projetos culturais, via Leis de Incentivo, têm se pautado pela preocupação em promover a diversidade cultural, o livre acesso às fontes de cultura e o pleno exercício dos direitos culturais no país?

  • Sim. As empresas têm sido criteriosas em seguir o espírito da lei, na análise e decisão de apoio a projetos culturais. 4%
  • Existem boas iniciativas, mas ainda não são expressivas. 28%
  • Não. A preocupação predominante nas empresas é o marketing institucional, por meio do apoio a projetos de boa receptividade na mídia. 68%

Nossa opinião

Mais do que denotar uma profunda incredulidade na atuação social das empresas, o resultado da nossa enquete parece demonstrar ainda que a sociedade sabe qual é o verdadeiro interesse das empresas, ao investirem em projetos culturais: divulgarem uma boa imagem, revertendo o investimento em capital reputacional.

Nada contra a divulgação de boas práticas, mas as práticas têm que realmente ser boas para serem divulgadas e devem ainda seguir o mencionado “espírito das leis”. Em alguns – não são todos – casos a preocupação das empresas reflete uma estratégia frágil, do ponto de vista de utilização correta das leis de incentivo a cultura.

Um mecanismo que em vez de contribuir para a ampliação das oportunidades de cultura a uma base ampla da sociedade, desvirtuou-se em ferramenta de marketing, nas mãos de gestores pouco comprometidos com a promoção da cultura em nosso país.

Esse problema não está só no escopo de atuação das empresas patrocinadoras, está também na estratégia dos governos de aprovação de projetos que muito pouco se aproximam de uma ação preocupada com a promoção da diversidade cultural. E está ainda na sociedade, que não pressiona - já foi pior – o Estado para uma reformulação da legislação pertinente, de forma a rever as políticas públicas de concessão de incentivos fiscais às empresas.

O respeito às culturas já é um dos pilares do conceito de Sustentabilidade, justamente por ser entendido como fundamental à estratégia de “permanência” dos países, das empresas, da sociedade como um todo. É portanto, matéria de capital importância para todos!