quinta-feira, 8 de julho de 2021

China

Sete potências e um destino:

conviver com o sucesso da civilização chinesa*

José Luís Fiori

China permanece sendo uma “civilização” que finge ser um Estado-nação [...] e que nunca produziu temática religiosa de espécie alguma, no sentido ocidental. Os chineses jamais geraram um mito da criação cósmica e seu universo foi criado pelos próprios chineses.
Kissinger, H. Sobre a China. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2011, p. 28.

O espetáculo foi montado de forma meticulosa, em cenários magníficos, e com uma coreografia tecnicamente perfeita. Primeiro foi o encontro bilateral entre Joe Biden e Boris Johnson, os líderes das duas grandes potências que estiveram no centro do poder mundial nos últimos 300 anos. A assinatura de uma nova Carta Atlântica foi a forma simbólica de reafirmar a prioridade da aliança anglo-americana frente aos demais membros do G7 e seus quatro convidados, que se reuniram nos dias 11 e 12 de junho numa praia da Cornuália, sul da Inglaterra, como um ritual de retorno dos Estados Unidos à liderança da “comunidade ocidental”, depois dos anos isolacionistas de Donald Trump. Em seguida, os sete governantes voltaram a se encontrar em Bruxelas, na reunião de cúpula da OTAN encarregada de redefinir a estratégia da organização militar euro-americana para as próximas décadas do século XXI. E ali mesmo, na capital da Bélgica, o presidente americano reuniu-se com os 27 membros da União Europeia pela primeira vez desde o Brexit e, portanto, sem a presença da Grã-Bretanha. Por fim, para coroar esse verdadeiro tour de force de Joe Biden em território europeu, o novo presidente dos Estados Unidos teve um encontro cinematográfico com Vladimir Putin num palácio do século XVIII, no meio de um bosque de pinheiros, às margens do Lago Leman, em Genebra, Suíça.

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*Publicado no Jornal do Brasil

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Lançamento

Trabalho e  alienação

Hiran Roedel*

Por que predominam, na sociedade brasileira, posturas políticas conservadoras e arcaicas, nos mais variados aspectos, apesar de já estarmos no início da terceira década do século XXI? O que faz uma parcela considerável da população voltar a cometer velhos erros do passado, levando ao progressivo encolhimento das representações de esquerda no país, mesmo essas se apresentando como suas fiéis defensoras?

Esse foi o centro das preocupações que resultaram no surgimento deste livro, que não tem o intuito de apresentar um caminho salvador. O objetivo aqui é tentar compreender o comportamento da maioria dessa sociedade, extremamente religiosa e capitalista, a partir de suas condições reais, sem idealizá-las.

O leitor que for se aventurar por estas páginas precisará despir-se de preconceitos e dogmas, o que foi necessário também durante a construção desta obra, lançada simultaneamente no Brasil e em Portugal pela Chiado Editora.

Mais informações podem ser obtidas em Lisbon International Press e em Livraria Atântico.





*Historiador, Doutor em Comunicação Social e autor de diversos livros e artigos que versam sobre a sociedade brasileira. Dentre suas principais obras, encontram-se os livros Sociedade Brasileira: uma história através dos movimentos sociais - volumes I e II, em coautoria com os historiadores Rubin de Aquino, Fernando Vieira e Gilberto Agostinho; e Comunidade Portuguesa na cidade do Rio de Janeiro: mobilidade e formação de territórios, que compõe o livro Os Lusíadas na aventura do Rio Moderno, organizado por Carlos Lessa.