quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sociedade de consumo

Governados por cegos e irresponsáveis*


Afunilando as muitas análises feitas acerca do complexo de crises que nos assolam, chegamos a algo que nos parece central e que cabe refletir seriamente. As sociedades, a globalização, o processo produtivo, o sistema econômico-financeiro, os sonhos predominantes e o objeto explícito do desejo das grandes maiorias é: consumir e consumir sem limites. Criou-se uma cultura do consumismo propalada por toda a mídia. Há que consumir o último tipo de celular, de tênis, de computador. 66% do PIB norteamericano não vem da produção, mas do consumo generalizado.

As autoridades inglesas se surpreenderam ao constatar que entre os milhares que faziam turbulências nas várias cidades não estavam apenas os habituais estrangeiros em conflito entre si, mas muitos universitários, ingleses desempregados, professores e até recrutas. Era gente enfurecida porque não tinha acesso ao tão propalado consumo. Não questionavam o paradigma do consumo mas as formas de exclusão dele.
No Reino Unido, depois de M.Thatcher e nos USA depois de R. Reagan, como em geral no mundo, grassa grande desigualdade social. Naquele país, as receitas dos mais ricos cresceram nos últimos anos 273 vezes mais do que as dos pobres, nos informa a Carta Maior de 12/08/2011.
Então não é de se admirar a decepção dos frustrados face a um “software social” que lhes nega o acesso ao consumo e face aos cortes do orçamento social, na ordem de 70% que os penaliza pesadamente. 70% dos centros de lazer para jovens foram simplesmente fechados.

O alarmante é que nem primeiro ministro David Cameron nem os membros da Câmara dos Comuns se deram ao trabalho de perguntar pelo porquê dos saques nas várias cidades. Responderam com o pior meio: mais violência institucional. O conservador Cameron disse com todas as letras:”vamos prender os suspeitos e publicar seus rostos nos meios de comunicação sem nos importarmos com as fictícias preocupações com os direitos humanos”. Eis uma solução do impiedoso capitalismo neo-liberal: se a ordem que é desigual e injusta, o exige, se anula a democracia e se passa por cima dos direitos humanos. Logo no país onde nasceram as primeiras declarações dos direitos dos cidadãos.

Se bem reparamos, estamos enredados num círculo vicioso que poderá nos destruir: precisamos produzir para permitir o tal consumo. Sem consumo as empresas vão à falência. Para produzir, elas precisam dos recursos da natureza. Estes estão cada vez mais escassos e já dilapidamos a Terra em 30% a mais do que ela pode repor. Se pararmos de extrair, produzir, vender e consumir não há crescimento econômico. Sem crescimento anual os paises entram em recessão, gerando altas taxas de desemprego. Com o desemprego, irrompem o caos social explosivo, depredações e todo tipo de conflitos. Como sair desta armadilha que nos preparamos a nós mesmos?

O contrário do consumo não é o não consumo, mas um novo “software social” na feliz expressão do cientista político Luiz Gonzaga de Souza Lima. Quer dizer, urge um novo acordo entre consumo solidário e frugal, acessível a todos e os limites intransponíveis da natureza. Como fazer? Várias são as sugestões: um “modo sustentável de vida” da Carta da Terra, o “bem viver” das culturas andinas, fundada no equilíbrio homem/Terra, economia solidária, bio-sócio-economia, “capitalismo natural”(expressão infeliz) que tenta integrar os ciclos biológicos na vida econômica e social e outras.

Mas não é sobre isso que falam quando os chefes dos Estados opulentos se reunem. Lá se trata de salvar o sistema que veem dando água por todos os lados. Sabem que a natureza não está mais podendo pagar o alto preço que o modelo consumista cobra. Já está a ponto de pôr em risco a sobrevivência da vida e o futuro das próximas gerações. Somos governados por cegos e irresponsáveis, incapazes de dar-se conta das consequências do sistema econômico-político-cultural que defendem.

É imperativo um novo rumo global, caso quisermos garantir nossa vida e a dos demais seres vivos. A civilização técnico-científica que nos permitiu níveis exacerbados de consumo pode pôr fim a si mesma, destruir a vida e degradar a Terra. Seguramente não é para isso que chegamos até a este ponto no processo de evolução. Urge coragem para mudanças radicais, se ainda alimentamos um pouco de amor a nós mesmos.

*Extraído de Carta Maior.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sustentabilidade

Administração e Sustentabilidade

 Daniel Roedel

A Comissão de Desenvolvimento Sustentável do CRA-RJ debaterá no dia 24 de agosto, na TVWEB do Conselho o tema "O Ensino da Administração e a Sustentabilidade".

É uma oportunidade de aprofundarmos a reflexão e as proposições para que a sustentabilidade, de fato, oriente a formação de Administradores e Executivos.

Assista e participe!



Desenvolvimento local

Resultado de nossa enquete: o Projeto Porto Maravilha tem condições de promover o protagonismo dos ativos históricos e culturais da região portuária do Rio de Janeiro?
  • Sim, desde que esses ativos possuam o apelo turístico valorizado pelo mercado 46%
  • Não. Os ativos valorizados pelo Projeto destacam elementos externos à história e à cultura do local 23%
  • Não tenho opinião, pois as informações sobre o Projeto não estão sendo amplamente divulgadas à sociedade carioca 31%
 Nossa opinião

O resultado da nossa enquete denota a preocupação dos leitores com o legado que os vultosos investimentos feitos na cidade do Rio de Janeiro devem representar futuramente ao desenvolvimento de nossa cidade.

Quase metade de todos os participantes expressou a preocupação com a vertente mercadológica do progresso advindo do Projeto Porto Maravilha para a população carioca, em detrimento das opções que ou destacavam que outros ativos deveriam igualmente ser priorizados ou aquela em que sempre medimos o nível de presença das questões públicas junto aos nossos bem informados leitores. Em outras palavras, significa dizer que uma boa parcela dos nossos leitores está bem informada sobre o referido projeto e concorda que as informações estão sendo amplamente divulgadas à sociedade em geral.

Um ponto nos intriga quanto ao percentual de leitores que acredita que o Projeto Porto Maravilha não tem condições de promover o protagonismo dos ativos históricos e culturais da região portuária do Rio de Janeiro, justamente porque os ativos valorizados pelo Projeto destacam elementos externos à história e à cultura do local.  Esse percentual é mínimo, o menor entre os respondentes.

A nossa dúvida é se esses leitores acreditam que um projeto dessa dimensão não deveria mesmo priorizar os ativos históricos e culturais locais sob o risco não mirar o futuro, ou se eles acreditam que ativos de forte apelo turístico, valorizados pelo mercado é que têm mais potencial de promoção do desenvolvimento de nossa cidade.

É sutil a diferença, mas traz no interior de sua reflexão uma mudança estratégica importante na concepção do projeto de cidade que planejamos para o Rio de Janeiro. Pois ao priorizarmos precisamente o que é mais valorizado pelo mercado, talvez percamos importantes diferenciadores que nos permitirão perceber como a cultura pode contribuir para o desenvolvimento local e por isso mesmo nos tornar mais robustos em relação ao almejado objetivo de desenvolvimento.

É interessante, acreditamos, analisar casos mundiais bem-sucedidos e observar como o resgate e a preservação do patrimônio histórico, cultural, simbólico de um grupo de pessoas foi decisivo na virada que deram em suas cidades rumo a melhoria das condições gerais de convívio e justiça social. E ainda, por outro lado, como o mercado per si não é capaz de promover o bem-estar coletivo sustentável no longo prazo para as nossas cidades.

Voltaremos ao assunto em breve no blog. Contamos com a participação de todos os nossos leitores em relação às preferências aqui expressas e reforçamos que esse é um espaço, sobretudo, para a pluralidade de ideias!

Cidadania

IBASE, 30 anos!
Daniel Roedel


O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE está completando 30 anos. Instituição de utilidade pública, sem fins lucrativos, o IBASE, foi criado com a missão de aprofundar a democracia, seguindo os princípios de igualdade, liberdade, participação cidadã, diversidade e solidariedade. Busca contribuir para a construção de uma cultura democrática de direitos, o fortalecimento do tecido associativo e o monitoramento e influência sobre políticas públicas.

Em sua trajetória foram marcantes as campanhas cidadãs, principalmente o Movimento Pela Ética na Política e a Ação da Cidadania contra a Miséria, a Fome e pela Vida, lideradas pelo saudoso sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que vem a ser o fundador do Instituto. O IBASE preconiza uma “cidadania ativa, participativa, de sujeitos sociais em luta, nos locais em que vivem, agindo e construindo – com igualdade na diversidade – a sociedade civil, a economia e o poder ”. Suas campanhas mobilizaram diversos setores da sociedade civil e contribuíram para que a exclusão social fosse discutida além das instâncias governamentais.

Na comemoração de seus 30 anos o IBASE vem realizando diversas atividades na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Além de mais uma edição da revista Democracia Viva. Recomendamos a leitura completa da publicação, em especial os artigos Uma Rio+20 pra valer, A TK-CSA e as possibilidades de pressão social, sobre assuntos já abordados neste blog (para acessar basta consultar "Pesquisar em Plurimus e na Web", no campo superior direito de nosso blog), além de Primeiros da turma, justa homenagem a Celso Furtado, Milton Santos e Apolônio de Carvalho, importantes militantes das causas populares no país.

Todos os que lutam por uma sociedade democrática, solidária, na qual a sociedade civil atua de fato como protagonista têm no IBASE uma importante referência. Afinal, um outro mundo é possível!

Parabéns ao IBASE!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Crise

Peso de juros sobre dívida brasileira é o maior entre os países do G20

BBC Brasil*

A proporção do PIB brasileiro gasta com pagamento de juros da dívida pública federal vem caindo nos últimos anos, mas ainda é a maior entre as 20 maiores economias do mundo e também supera a de países europeus afetados pela crise da dívida, à exceção da Grécia.


Segundo dados da Economist Intelligence Unit (EIU) sobre 25 países mais a União Europeia, compilados a pedido da BBC Brasil, o serviço da dívida brasileira consumiu 5,1% do PIB do país no ano passado, proporção inferior apenas aos 5,47% do PIB gastos pela Grécia - país que na semana passada teve aprovado um segundo pacote bilionário de resgate para garantir o pagamento de suas dívidas.


Outros países europeus afetados pela crise das dívidas têm uma proporção bem menor de gastos com juros. Portugal gastou no ano passado 3,04% de seu PIB com pagamento de juros de sua dívida, a Espanha, gastou 1,6%, a Irlanda, 3,2% e a Itália teve 4,53% de seu PIB consumido com o serviço de sua dívida.
 
Apesar de ter a segunda maior proporção de gastos com o serviço da dívida, o Brasil é apenas o 13º da lista quando considerada a proporção do endividamento total em relação ao PIB.
 
Segundo os dados da EIU, a dívida total brasileira correspondia a 59% do PIB do país ao final do ano passado, proporção bastante inferior a países como Japão (199%), Grécia (143%), Itália (119%), Irlanda (95,7%) e Portugal (93%).
 
“A alta proporção do PIB gasta com juros pode ser vista como um fator de vulnerabilidade da economia brasileira, mas nas atuais condições não são consideradas como um grande problema”, avalia Irene Mia, diretora regional para América Latina e Caribe da EIU, braço de pesquisas da revista Economist.
 
“O Brasil está crescendo solidamente, tem um bom superávit primário e vem recebendo um grande fluxo de divisas por meio de investimentos estrangeiros diretos. Tudo isso ajuda a compensar a vulnerabilidade de pagar juros tão altos”, avalia.

Queda
A proporção do PIB brasileiro gasta com o serviço da dívida vem caindo nos últimos anos – depois de chegar a 8,54% em 2003, caiu para 5,1% no ano passado e, segundo as projeções da EIU, deve ficar em 4,9% neste ano e em 4,3% em 2015.
 
Nesse período, segundo a organização, o total da dívida brasileira deve cair dos atuais 59% do PIB para 53,7% do PIB em 2015.

As projeções indicam que em 2015, após a reestruturação de sua dívida, a Grécia terá uma dívida equivalente a 76,1% do PIB e deverá gastar apenas 2,2% de seu PIB com o serviço de sua dívida, após um pico de 7,3% em 2012.
 
Outros países europeus, porém, devem verificar um grande aumento na proporção do PIB gasto com juros. A Itália deve chegar a 2015 gastando 6,1% de seu PIB com juros, Portugal deve gastar 6% e a Grã-Bretanha, que em 2010 gastou 2,95%, deve chegar a 4,6% em 2015.
 

O principal fator que eleva a proporção do PIB brasileiro gasta com o serviço da dívida é a alta taxa de juros básicos, já que a maior parte da dívida brasileira atual foi tomada no mercado interno.
 
A dívida externa, tomada em moeda estrangeira e a juros praticados no mercado de crédito internacional, representa menos de 5% do total da dívida pública brasileira, segundo os dados do Banco Central.

Estados Unidos e Japão
Os dados compilados pela EIU mostram que o peso da dívida brasileira é muito maior para a economia do país do que as dívidas do Japão, país com a maior dívida relativa ao PIB do mundo, e que os Estados Unidos, que têm a maior dívida nominal.

O Japão, cuja dívida total já ultrapassa os 200% de seu PIB, gastou em 2010 apenas 1,43% de seu PIB com o serviço dessa dívida. Essa proporção deverá ser ainda menor em 2011, com uma projeção de gasto de 0,8% do PIB com os juros da dívida.

No caso dos Estados Unidos, que se veem envoltos na polêmica discussão sobre o aumento do limite para o endividamento do país, dos atuais US$ 14,3 trilhões, esse valor deverá representar neste ano 68,3% do PIB do país, e os gastos com juros deverão consumir 1,4% da produção anual de riquezas americana.


Pagamentos com juros da dívida (em % do PIB)

País
2010
2011
2015
Grécia
5,47%
6,50%
2,20%
Brasil
5,10%
4,90%
4,30%
Itália
4,53%
4,20%
6,10%
Turquia
4,37%
3,60%
3,40%
Irlanda
3,20%
3,20%
3,80%
Índia
3,20%
3,20%
2,10%
Portugal
3,04%
3,40%
6,00%
Grã-Bretanha
2,95%
2,80%
4,60%
União Europeia
2,60%
2,60%
3,90%
França
2,02%
2,20%
4,10%
Alemanha
2,00%
1,70%
2,50%
México
1,96%
1,30%
0,60%
África do Sul
1,90%
1,90%
2,40%
Espanha
1,60%
1,90%
3,30%
Argentina
1,53%
1,20%
3,00%
Estados Unidos
1,46%
1,40%
1,40%
Japão
1,43%
0,80%
1,30%
Indonésia
1,40%
1,40%
1,20%
Austrália
0,90%
0,90%
0,70%
Venezuela
0,80%
1,30%
5,90%
Canadá
0,60%
0,60%
3,00%
Rússia
0,60%
0,60%
0,40%
China
0,50%
0,40%
0,60%
Chile
0,28%
0,20%
0,20%
Coreia do Sul
-1,30%
-1,40%
-0,90%
Arábia Saudita
-
-
-
Fonte: Economist Intelligence Unit (EIU)





Dívida total (em % do PIB)

País
2010
2011
2015
Japão
198,96%
209,20%
214,00%
Grécia
142,65%
154,80%
76,10%
Itália
119,10%
119,80%
118,00%
Irlanda
95,70%
112,60%
85,80%
Portugal
93,00%
103,50%
124,20%
Canadá
84,00%
82,70%
76,70%
Alemanha
83,40%
81,40%
75,40%
União Europeia
82,50%
83,70%
82,10%
França
82,38%
85,00%
87,30%
Grã-Bretanha
76,07%
79,90%
91,90%
Estados Unidos
62,29%
68,30%
71,00%
Espanha
60,10%
66,70%
71,40%
Brasil
59,00%
57,40%
53,70%
Índia
50,70%
51,00%
45,80%
Argentina
45,14%
43,30%
46,40%
Turquia
42,83%
41,20%
32,90%
México
36,84%
37,40%
31,30%
África do Sul
32,30%
35,40%
42,10%
Indonésia
25,72%
24,60%
19,40%
Venezuela
24,90%
32,30%
43,40%
Austrália
24,40%
25,30%
20,20%
Coreia do Sul
22,60%
22,20%
20,70%
China
18,90%
19,10%
18,40%
Arábia Saudita
17,10%
10,80%
12,60%
Chile
9,20%
10,20%
7,40%
Rússia
9,00%
8,30%
12,40%
Fonte: Economist Intelligence Unit (EIU)




*Para acesso completo clique em BBC.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O veneno está na mesa

A sociedade e o mercado

Daniel Roedel

No último dia 25 de julho, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, foi lançado o documentário O veneno está na mesa, de Silvio Tendler. Importante alerta sobre o uso excessivo de agrotóxicos na lavoura, a produção destaca também o grande poder que os fabricantes desses denominados defensivos agrícolas exercem nas decisões políticas no país. Em nome da eficiência orientada para o mercado estamos correndo riscos na nossa saúde, precarizando as condições de produção dos pequenos agricultores e prejudicando o meio ambiente.

O tema tem sido objeto de denúncia em diversos meios de comunicação. No dia 1o de julho o jornal Le Monde Diplomatique Brasil publicou a matéria Um país infestado por agrotóxicos, de Lia Giraldo, pesquisadora do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz em Pernambuco, sobre essa prática destacando que "hoje o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo".

Na mesma linha, o portal Carta Maior publicou no dia 3 de agosto o artigo Lideramos o ranking de ingestão de venenos, de Valmir Assunção, deputado federal pela Bahia e militante do MST. O autor destaca que "diante da alta de preço das commodities, o Brasil deve ser o primeiro lugar em arrecadação nas vendas de agrotóxicos, ultrapassando os Estados Unidos". Além disso, aponta que "segundo dados da ONU, pelo menos dez variedades de agrotóxicos vendidos livremente aos agricultores no Brasil, não circulam na União Europeia e nos EUA".

Durante o debate que se seguiu à apresentação do documentário, Silvio Tendler declarou que o vídeo pode ser divulgado livremente aos interessados no assunto (para assistir ao documentário clique em Parte - 1, Parte - 2, Parte - 3 e Parte - 4).

O que parece estar em evidência é que mais uma vez a busca pela eficiência e pelos resultados econômico-financeiros estão se sobrepondo à sociedade e, até mesmo, à vida das pessoas. Uma das empresas que produzem os agrotóxicos que pulverizam as lavouras no país é a mesma que criou o agente laranja, utilizado na Guerra do Vietnã. Nesse sentido, são chocantes as cenas do documentário que apresentam crianças que nasceram deficientes naquele país.

Também é assustador o argumento de defesa ao uso intensivo de agrotóxicos apresentado por Kátia Abreu, senadora pelo estado de Tocantins e presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, que dentre outros motivos aponta o barateamento dos alimentos e seu acesso às camadas populares como justificativa dessa prática.

Recomendamos a leitura dos artigos e a divulgação do vídeo!