quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Gestão para a Sustentabilidade


CRA relaliza II EMS


No dia 10 de dezembro a Comissão de Desenvolvimento Sustentável do CRA-RJ realizará o II EMS - Encontro para a Mudança Sustentável. No evento serão debatidos a Agenda 21 e a Responsabilidade Socioambiental, sendo palestrantes Carlos Frederico Castello Branco, Superintendente da Agenda 21 no Rio de Janeiro e Ana Cristina Madeira do Nascimento, da Assessoria de Responsabilidade Social Corporativa da FIRJAN. Mais informações podem ser obtidas clicando em CDS. Os profissionais que não são Administradores podem se inscrever pelo email projetos@cra-rj.org.br.

Mídia


Dinheiro sujo na mídia*

Luciano Martins Costa**


A Folham as coa de S.Paulo destaca, na edição de segunda-feira (23/11), que as indústrias que mais poluem no Brasil e que mais contribuem para a emissão de gases do efeito estufa são também as que mais influencimissões do Congresso Nacional encarregadas de encaminhar as votações da legislação ambiental.

Segundo o jornal paulista, empresas de setores altamente comprometidos com o aquecimento global formam as doze associações que contribuíram com 60 milhões de reais nas campanhas eleitorais de 2006.

O dinheiro das indústrias de energia, cimento, papel e celulose, agronegócio, mineração, siderurgia e óleos vegetais ajudou a eleger metade dos parlamentares que compõem a comissão da Câmara dos Deputados que está conduzindo as mudanças no Código Florestal.

Pesos e medidas

A reportagem é importante para que o leitor entenda como funcionam os lobbies e como uma decisão nas urnas influenciada por propaganda política bem elaborada e com muito dinheiro acaba produzindo resultados contrários ao interesse do cidadão.

Algumas dessas empresas, como a Bunge, estão envolvidas em campanhas internacionais para desestimular a adoção de metas ambiciosas para o problema das mudanças climáticas, observa a Folha.

O que o jornal esqueceu de mencionar é que as mesmas empresas também se destacam no uso de publicidade para tentar convencer o público de suas boas intenções quanto ao meio ambiente. A propaganda desses setores, tanto nos jornais quanto na televisão, destaca-se por mencionar invariavelmente suas grandes preocupações com a questão ambiental.

Muitas delas também se apresentam como campeãs da responsabilidade social e costumam financiar os cadernos especiais dos jornais sobre meio ambiente e sustentabilidade.

Não se trata de dizer às organizações jornalísticas que devem rejeitar o dinheiro de empresas sujas – o que também não seria absurdo –, mas talvez fosse o caso de também esclarecer aos leitores a relação que existe entre o lobby que se movimenta para amenizar a legislação de proteção ao patrimônio ambiental e a publicidade que tenta preservar a reputação desses mesmos financiadores.

Ou será que o lobby funciona no Congresso mas se torna inofensivo quanto atua sobre a imprensa?

*Extraído de Observatório da Imprensa. Para acessar clique em OI.
**Comentário para o programa radiofônico do OI, 23/11/2009



O visitante que veio da Pérsia*

Mauro Santayana


A movimentação diplomática do Brasil, tendo à frente a personalidade peculiar de seu atual chefe de Estado, vem sendo criticada pela oposição e meios de comunicação, e de forma ainda mais contundente, quando se dispôs a receber o presidente do Irã. Houve passeatas, muito bem organizadas, com dísticos e faixas caras, contra o visitante. Não houve os mesmos protestos quando o presidente recebeu, há poucos dias, o presidente de Israel.

O presidente do Irã é alvo da ira geral do Ocidente porque, em seu confronto com Israel – única potência nuclear do Oriente Médio – nega o Holocausto. Ele se inclui entre os revisionistas, alguns alemães, outros ingleses, outros ainda da hierarquia da Igreja, que também negam a existência dos campos de extermínio, ou tentam diminuir o número de mortos, judeus e não judeus, nos campos de concentração. Os judeus, os comunistas, os ciganos e os eslavos foram as vítimas preferenciais dos nazistas, dizimados pelo trabalho forçado, pela fome e pelo gás.

Há farta documentação do que ocorreu entre 20 de janeiro de 1942, quando os nazistas decidiram, no encontro de Wannsee, programar a “solução final” para o problema judaico, e 17 de janeiro de 1945, quando os soviéticos ocuparam o campo de Auschwitz. Nos três anos, milhões de seres humanos foram chacinados pelos nazistas. O presidente Ahmadinejad sabe disso, mas, em sua luta contra Israel, nega-se a aceitar a História. Se foram 6 milhões, 600 mil, ou 60 mil, o crime é o mesmo. Não é o número de vítimas que nos deve espantar, e sim a presunção de superioridade racial de que se arrogavam os alemães para a prática do genocídio.

O mesmo sentimento de horror que nos leva ao confrangimento da alma, diante do que fizeram os alemães, nos atinge, quando assistimos ao que se passa na Palestina. Não há, diante das tragédias de nosso tempo, bons culpados e vítimas más. Há culpados e há vítimas. A maior oposição que se faz ao Estado de Israel, e com razões históricas, é o fato de que os palestinos tenham sido privados de sua terra, privados de água, submetidos ao bloqueio de comida e de remédios, além de cercados pelo muro e bombardeados. Os palestinos nunca fizeram progroms, como os eslavos, jamais mandaram queimar judeus – como os cristãos, em Basileia, e em outros lugares. Não os submeteram aos autos de fé, como os ibéricos, durante a Inquisição. Não os eliminaram nos campos poloneses. Não lhes cabe purgar os crimes do antissemitismo, quando eles também são semitas, tanto quanto os que lhes ocupam o solo.

Estabeleceu-se, pela força do convencimento dos meios mundiais de comunicação, que os palestinos são terroristas, e os israelenses, democratas. Não nos incluímos entre os que admiram o presidente do Irã. Algumas de suas declarações espantam pela falta de senso. Mas não lhe falta bom senso quando defende o direito de o Irã desenvolver pesquisas nucleares. Se os iranianos são ameaça a Israel, com seu projeto, os senhores da guerra de Israel, que já dispõem de artefatos nucleares, como orgulhosamente proclamam, e anunciam que irão, são ameaça ainda maior. Nada os faz com mais ou com menos direitos no mundo. Nem a fé religiosa, nem os hábitos cotidianos. A língua persa não é menos importante do que a hebraica, com sua rica literatura. Nem o presidente Ahmadinejad é menos chefe de Estado pelo fato de dispensar o uso da gravata.

O segredo do presidente Lula é a sua percepção de homem comum. Ele acha, e com razão, que uma boa conversa pode resolver os problemas, desde que haja boa-fé entre todos os interlocutores. Disso se deu conta Obama que pediu, pessoalmente, a Lula, durante o encontro do G-8, em Áquila, na Itália, no dia 9 de julho deste ano, que tentasse demover Ahmadinejad de desenvolver armas nucleares – conforme disse, no mesmo dia, à imprensa, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Ao que parece, o New York Times não cobriu o encontro de Áquila.

Os opositores domésticos de Lula se esquecem disso. Os Estados Unidos que admiram não é o de Obama, mas o de Bush e Chenney. É difícil que o presidente consiga, no Oriente Médio, uma paz negada há mais de 60 anos. Mas, se ele conseguir negociações entre as partes envolvidas, mesmo com progressos limitados, será bom para o mundo. Não são todos os judeus de Israel que querem eliminar os palestinos e bombardear Teerã, e nem todos os muçulmanos desejam o fim de Israel. É contando com eles que Lula busca a paz.

*Extraído do Jornal do Brasil. Para acesso clique em JB.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Educação e mercado


Saia curta e privataria*


Emir Sader


Uma das maiores tragédias do neoliberalismo foi difundir amplamente o circuito de instituições de ensino privado pelo país afora. No Brasil, foi a “privataria” promovida pelo ex-ministro Paulo Renato – ex aluno, professor e reitor de universidade pública -, que depois passou a ser proprietário de entidade privada de assessoria a instituições privadas de ensino – via de regra, as mesmas que promoveu e autorizou a criação.

O que deveria ser direito, passou a ser mercadoria, bem a ser comprado no mercado, conforme o poder aquisitivo de cada um. A educação, que deveria diminuir as desigualdades originais das nossas sociedades, passou a multiplicá-las. A política de cotas – especialmente a partir do projeto de lei do governo federal, que reserva 50% da vagas de universidades públicas aos estudantes originários de escolas públicas – minora um pouco essa situação, sem resolvê-la.

A grande maioria dos estudantes universitários brasileiros está hoje em instituições privadas. Sem generalizar uma avaliação da qualidade do ensino nelas, pode-se dizer que o princípio de uma educação privada é ruim: paga-se para estudar, portanto, se se deixa de pagar, se deixa de ter o direito de seguir cursando. O princípio mercantil do custo-benefício preside essas instituições, que disputam alunos muito mais pelos preços que oferecem do que pela qualidade do ensino.

Há universidades e faculdades privadas, que mais parecem um shoping-center, em que fica difícil localizar onde está a secretaria, as salas de aula, o auditório, escondidos atrás de McDonalds e outras lojas. Sua visão mercantilista do ensino transforma definitivamente a educação numa busca de inserção no mercado. A grande maioria dos professores são superexplorados, ganham por hora-aula, sem contrato, não tem horário para pesquisa, nem carreira docente, trabalham em total precariedade.

O episódio de expulsão da moça que supostamente usava saia muito curta revela o universo desse tipo de instituição, supostamente de caráter educacional. Por si só – pelo comportamento maciço dos alunos e da diretoria da instituição – deveria servir para desqualificá-la como centro educativo. Provavelmente voltaram atrás na expulsão para tentar preservar o nome – o marketing – da Universidade e não porque consideram que foi uma decisão errada. Teve repercussões negativas “no mercado”, afetou o nome da empresa.

Um episódio como esse deveria servir para elevar em termos educativos, culturais, éticos, a todos os que participaram ou tiveram conhecimento dele. A direção da Universidade envolvida deve ser condenada e sua licença de funcionamento, questionada.

Trata-se de uma radiografia do que são esses espaços criados e formalizados pela privataria tucana. Muito mais arapucas de vender diplomas, centros comerciais, do que instituições que merecessem a classificação de educacionais.

Numa democracia a educação tem que ser gratuita, universal, pluralista, laica e de qualidade, para todos. Os que, por razões religiosas ou outras, querem matricular seus filhos em escolas religiosas, poderão fazê-lo, mas essas escolas não deveriam receber subsídios públicos, reservados para as escolas públicas.

* Extraído de Carta Maior. Para acesso clique em Carta.

Prêmio Nobel


Resultado de nossa enquete: você concorda com a indicação de Barak Obama para o Prêmio Nobel da Paz?

  • Sim. A própria campanha eleitoral dele já demonstrou um compromisso efetivo com a paz mundial. 15%
  • Não. Afinal, ele ainda não evidenciou nenhum esforço efetivo em busca da paz mundial. 60%
  • Ele tem um grande compromisso com a paz, mas ainda não realizou as ações efetivas nesse sentido. 25%


Nossa opinião


De fato, a eleição de Barak Obama para presidente dos Estados Unidos da América trouxe no mundo grandes expectativas de mudanças. Paz mundial, fim das invasões a países por questões eminentemente econômicas, porém disfarçadas de combate ao terrorismo, nova abordagem com relação às questões ambientais etc. No entanto, as ações efetuadas até o momento estão muito aquém das promessas e das expectativas geradas. A conduta vacilante da política externa dos EUA com relação ao golpe de estado em Honduras, o aumento do contingente militar no Afeganistão, o fortalecimento do acordo militar com a Colômbia e a timidez no tratamento das questões que afetam o clima, são alguns exemplos da distância entre o discurso (ainda adotado) e a prática efetiva. E essa impressão parece estar refletida no resultado de nossa enquete, que aponta 60% de respostas discordantes com a indicação recebida pelo presidente Obama. Ou seja, as ações do governo não justificam a indicação. Ou será que o Prêmio Nobel não tem compromisso efetivo com o reconhecimento de ações que contribuam para um mundo melhor?


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Trabalho


A maldição do trabalho


Mauro Santayana


Os sucessivos casos de suicídio na France-Telecom provocam, como é natural, além dos protestos crescentes, novas reflexões sobre o trabalho. A etimologia do termo não é boa: trabalho vem do vocábulo latino trepalium, que significava instrumento de tortura. Trabalhar nem sempre é uma tortura. Em algumas empresas capitalistas modernas, os percalços do emprego são amenizados, pela visão humanística de seus dirigentes, e a liberalidade conduz a melhores resultados econômicos. A produção do trabalhador é sempre menor quando ele se encontra aflito, seja pelas dificuldades familiares, ou pelas pressões e constrangimentos que sofre em seu emprego.

A sociedade industrial herdou, dos beneditinos, o controle do tempo. Os monges estabeleceram horários rígidos para as preces coletivas e para os trabalhos manuais a que estavam sujeitos, entre eles os de copistas. Antes do surgimento das empresas capitalistas de produção, os artesãos obedeciam ao prazo das encomendas, não aos horários estritos de trabalho. Podiam trabalhar mais, ou menos, e criavam em cada peça que faziam, o que lhes dava satisfação. No sistema de servidão das glebas, os trabalhadores não estavam sob a vigilância dos nobres; tinham suas obrigações, e as cumpriam, em troca da hipotética proteção de que se valiam.

Os escravos trabalhavam de sol a sol, mas os feitores eram atentos para que a demasiada exaustão não significasse a perda da saúde do cativo, que era um bem de capital. Com o desenvolvimento do capitalismo, principalmente no século 19, o trabalho se tornou maldição. A lógica seria a de que, com o surgimento dos motores a vapor, o aumento de produção viesse a aliviar o trabalho. A exacerbação da busca do lucro estendeu a jornada, nas minas e nas fábricas, até 16 horas diárias, de domingo a domingo na Inglaterra do século 19.

O que se passou na etapa de acumulação capitalista repetiu-se, nestes últimos 30 anos, com o neoliberalismo. Os novos processos de produção, resultados da tecnologia, conquista da inteligência histórica do homem, deveriam resultar em menor tempo de trabalho ou em aumento proporcional de salários, o que manteria o mercado em equilíbrio. As pressões e constrangimentos a que estavam submetidos os operários braçais se estendem hoje aos trabalhadores de colarinho branco. Os executivos médios das empresas sofrem o acosso permanente dos diretores, e os diretores, por sua vez, são pressionados pelos controladores – geralmente grandes instituições financeiras, que administram o dinheiro dos acionistas anônimos, e de vez em quando o desviam, como se viu em Wall Street.

Os serviços públicos foram particularmente atingidos, com a privatização. Como a moral do novo liberalismo é obter o máximo no mínimo de tempo, a competição entre os operadores, principalmente os dos serviços de telefonia, é enlouquecedora. O neoliberalismo entrou em declínio, mas os seus efeitos mais perversos, como os das relações de trabalho, continuam matando, como as gangrenas incuráveis. O sistema financeiro é avassalador e insaciável. Agora mesmo isso se evidencia, com a grita geral dos bancos brasileiros e dos chamados consultores econômicos, contra a taxação dos capitais estrangeiros especulativos, que estão jogando com a valorização do real, e prejudicando a economia brasileira. A medida é ainda tímida: para o saneamento da economia nacional é preciso ir além. Na Europa já se propõe a taxação forte dos bancos, a fim de que paguem pela ajuda recebida durante a crise que provocaram.

Extraído do Jornal do Brasil. Para acesso completo clique em JB.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Educação Superior


Conheça o programa do curso de Pós-graduação em
Estratégia Empresarial e Inteligência Competitiva


Resumo

Programa de MBA em Estratégia Empresarial e Inteligência Competitiva, com duração de 360 horas presenciais (18 meses). Voltado para pessoas que têm interesse em trabalhar na construção de um sistema de inteligência que funciona como um radar capaz de monitorar tendências de mercado e da sociedade, identificar oportunidades de negócio e evitar surpresas competitivas, transformando as informações em diferencial competitivo para a tomada de decisão nas organizações. Esse profissional pode trabalhar em organizações públicas e privadas, de qualquer porte ou ramo de atuação ou, ainda, empreender negócio próprio como consultor de inteligência competitiva. A abordagem de competitividade proposta se insere na visão da sustentabilidade, que busca compatibilizar a eficiência econômica com a ambiental e a social, dentro de uma perspectiva de construção do futuro para as empresas e a sociedade em geral.


Contexto de trabalho

O analista estratégico em Inteligência Competitiva pode atuar em organizações públicas e privadas, de qualquer porte ou ramo de atuação. Pode, ainda, empreender negócio próprio como consultor de inteligência competitiva.


Estrutura Curricular e duração


Unidades Curriculares

Duração em horas

Fundamentos de Gestão Empresarial

32

Planejamento e Estratégia Empresarial

32

Mapas estratégicos em Inteligência Competitiva

32

Gestão da Informação e da comunicação corporativa

24

Gestão de mudanças

24

Inovação e Competitividade

16

Fundamentos e aplicações de Inteligência Competitiva

40

Formação de Consultores em Inteligência Competitiva

32

Gestão da Tecnologia e Segurança da Informação

40

Gestão de Riscos

16

Gestão de Projetos

24

Projeto Integrador e Tópicos Especiais

48

Duração Total

360


Como se inscrever?

Faculdade Senac Rio
Endereço: Rua Santa Luzia, 735 / 4º andar - Centro
Telefone: (21) 2517-9268 / 2517-9282 / 2517-9252 / 2517-9222

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Informação


O direito de expressão é o direito de escutar?
*

Eduardo Galeano

No século XVI, alguns teólogos da igreja católica legitimavam a conquista da América em nome do direito da comunicação. Jus communicationis: os conquistadores falavam, os índios escutavam. A guerra era inevitável justamente quando os índios se faziam de surdos. Seu direito de comunicação consistia no direito de obedecer. No fim do século XX, aquela violação da América ainda se chama encontro de culturas, enquanto continua se chamando comunicação o monólogo do poder.

Ao redor da Terra gira um anel de satélites cheios de milhões e milhões de palavras e imagens, que da terra vêm e à terra voltam. Prodigiosas engenhocas do tamanho de uma unha recebem, processam e emitem, na velocidade da luz, mensagens que há meio século exigiriam trinta toneladas de maquinaria. Milagres da tecnociência nestes tecnotempos: os mais afortunados membros da sociedade midiática podem desfrutar suas férias atendendo o telefone celular, recebendo e-mail, respondendo ao bipe, lendo faxes, transferindo as chamadas do receptor automático, fazendo compras por computador e preenchendo o ócio com os videogames e a televisão portátil.

Vôo e vertigem da tecnologia da comunicação, que parece bruxaria: à meia-noite, um computador beija a testa de Bill Gates, que de manhã desperta transformado no homem mais rico do mundo. Já está no mercado o primeiro microfone incorporado ao computador, para que se converse com ele. No ciberespaço, Cidade celestial, celebra-se o matrimônio do computador com o telefone e a televisão, convidando-se a humanidade para o batismo de seus filhos assombrosos.

A cibercomunidade nascente encontra refúgio na realidade virtual, enquanto as cidades se transformam em imensos desertos cheios de gente, onde cada qual vela por seu santo e está metido em sua própria bolha. Há quarenta anos, segundo as pesquisas, seis de cada dez norteamericanos confiavam na maioria das pessoas. Hoje a confiança murchou: só quatro de cada dez confiam nos demais. Este modelo de desenvolvimento desenvolve a desvinculação. Quanto mais se sataniza a relação com as pessoas, que podem te pegar a Aids, te tirar o emprego ou te depenar a casa, mais se sacraliza a relação com as máquinas. A indústria da comunicação, a mais dinâmica da economia mundial, vende as abracadabras que dão acesso à Nova Era da história da humanidade. Mas este mundo comunicadíssimo está se parecendo demais com um reino de sozinhos e de mudos.

Os meios dominantes de comunicação estão em poucas mãos, que são cada vez menos mãos e em regra atuam a serviço de um sistema que reduz as relações humanas ao mútuo uso e ao mútuo medo. Nos últimos tempos, a galáxia Internet abriu imprevistas e valiosas oportunidades de expressão alternativa. Pela Internet estão irradiando suas mensagens numerosas vozes que não são ecos do poder. Mas o acesso a essa nova autopista da informação é ainda um privilégio dos países desenvolvidos, onde reside noventa e cinco por cento dos usuários. E já a publicidade comercial está tentando transformar a Internet em Businessnet: esse novo espaço para a liberdade de comunicação é também um novo espaço para a liberdade de comércio. No planeta virtual não se corre o risco de encontrar alfândegas, nem governos com delírios de independência. Em meados de 1997, quando o espaço comercial da rede já superava com sobras o espaço educativo, o presidente dos EUA recomendou que todos os países do mundo mantivessem livres de impostos a venda de bens e serviços através da Internet, e desde então este é um dos assuntos que mais preocupam os representantes norteamericanos nos organismos internacionais.

O controle do ciberespaço depende das linhas telefônicas e nada é mais casual quer a onda de privatizações dos últimos anos, no mundo inteiro, tenha arrancado os telefones das mãos públicas para entregá-los aos grandes conglomerados da comunicação. Os investimentos norteamericanos em telefonia estrangeira se multiplicam muito mais do que os demais investimentos, enquanto avança a galope a concentração de capitais: até meados de 1998, oito mega-empresas dominavam o negócio telefônico nos EUA, e numa só semana se reduziram a cinco.

A televisão aberta e por cabo, a indústria cinematográfica, a imprensa de tiragem massiva, as grandes editoras de livros e de discos e as emissoras de rádio de maior alcance também avançam, com botas de sete léguas, para o monopólio. Os mass media de difusão universal puseram nas nuvens o preço da liberdade de expressão: cada vez são mais numerosos os opinados, os que têm o direito de ouvir, e cada vez são menos numerosos os opinadores, os que têm o direito de se fazer ouvir. Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, ainda tinham ampla ressonância os meios independentes de informação e opinião e as aventuras criadoras que revelavam e alimentavam a diversidade cultural. Em1980, a absorção de muitas empresas médias e pequenas já deixara maior parte do mercado planetário na posse de cinqüenta empresas. Desde então a independência e a diversidade se tornaram mais raras do que cachorro verde.

Segundo o produtor Jerry Isenberg, o extermínio da criação independente na televisão norteamericana foi fulminante nos últimos vinte anos: as empresas independentes proporcionavam entre trinta e cinqüenta por cento do que se via na telinha e agora chegam a apenas dez por cento.

Também são reveladores os números da publicidade no mundo: atualmente, metade de todo o dinheiro que o planeta gasta em publicidade vai parar no bolso de apenas dez conglomerados, que açambarcaram produção e a distribuição de tudo o que se relaciona com imagem, palavra e música.

Nos últimos cinco anos, duplicaram seu mercado internacional as principais empresas norteamericanas de comunicação: General Electric, Disney/ABC, Time Warner/CNN, Viacom, Tele-Communications INC. (TCI) e a recém chegada Microsoft, a empresa de Bil Gates, que reina no mercado equivalente e televisual. Estes gigantes exercem um poder oligopólico, que em escala planetária é compartilhado pelo império Murdoch, pela empresa japonesa Sony, pela alemã Berteslmann e uma que outra mais. Juntas, teceram uma teia universal. Seus interesses se entrecruzam, atadas que estão por numerosos fios. Ainda que esses mastodontes da comunicação simulem competir e às vezes até se enfrentam e se insultem para satisfazer a platéia, na hora da verdade o espetáculo cessa e, tranquilamente, eles repartem o planeta.

Por obra e graça da boa sorte cibernética, Bill Gates amealhou uma rápida fortuna equivalente a todo o orçamento anual do estado argentino. Em meados de 1998, o governo dos EUA entrou com uma ação contra a Microsoft, acusada de impor seus produtos através de métodos monopolistas que esmagavam seus competidos. Tempos antes, o governo federal entrara com um processo similar contra a IBM: ao cabo de treze anos de marchas e contramarchas, o assunto deu em nada. Pouco podem as leis jurídicas contra as leis econômicas: a economia capitalista gera concentração de poder como o inverno gera o frio. Não é provável que as leis anti-trust, que outrora ameaçavam os reis do petróleo, possa pôr em perigo a trama planetária que está tornando possível o mais perigoso dos despotismos: o que atua sobre o coração e a consciência da humanidade inteira.

A diversidade tecnológica quer significar diversidade democrática. A tecnologia põe a imagem, a palavra e a música ao alcance de todos, como nunca antes ocorrera na história humana, mas essa maravilha pode se transformar num logro para incautos se o monopólio privado acabar impondo a ditadura da imagem única, da palavra única e da música única. Ressalvadas as exceções, que afortunadamente existem e não são poucas, essa pluralidade tende, em regra, a nos oferecer milhares de possibilidades de escolher entre o mesmo e o mesmo. Como diz o jornalista argentino Ezequiel Fernández-Moore, a propósito da informação: “Estamos informados de tudo, mas não sabemos de nada”.

*Texto publicado no livro "De pernas pro ar" (LPM), extraído de Carta Maior. Para acesso clique em Carta.

Educação Superior


Faculdade Senac cria curso com nova abordagem para a competitividade sustentável

O tema Inteligência Competitiva tem se inserido na gestão empresarial como alternativa para monitorar o ambiente externo, identificando as melhores práticas existentes, as estratégias adotadas pelos concorrentes, demandas de clientes, tecnologias e tendências gerais dos negócios, visando subsidiar a tomada de decisão empresarial. O foco é uma competitividade sustentável. Porém, essa competitividade está concentrada na perspectiva econômica, o que não é mais suficiente. Hoje é entendido que o acirramento da competição em escala mundial ocasionou diversos problemas ambientais e sociais, fazendo com que os consumidores, cada vez mais investidos de cidadania, incorporem um aumento da consciência ambiental e da melhoria da qualidade de vida como requisitos para a competitividade empresarial. É a denominada gestão para a sustentabilidade, que busca compatibilizar a eficiência econômica com a ambiental e a social, dentro de uma perspectiva de construção do futuro para as empresas e a sociedade em geral. Essa articulação é denominada de visão triple botton line.

Esse é um dos propósitos do novo curso de pós-graduação lato sensu em Estratégia Empresarial e Inteligência Competitiva que será realizado pela Faculdade Senac, no Rio de Janeiro. Desenvolvido e coordenado por Daniel Roedel, Diretor da Plurimus, o curso se propõe a formar Analistas Estratégicos de Informação, capazes de identificar, recuperar, analisar, disseminar e usar a informação relevante e prioritária para auxiliar o processo de tomada de decisão. O Analista pode atuar em organizações públicas e privadas, de qualquer porte ou ramo de atuação, ou empreender negócio próprio como consultor de inteligência competitiva.


No entanto, para ser relevante e poder proporcionar vantagem competitiva, a informação deve atender de modo integrado, as perspectivas econômicas, sociais e ambientais.

Para informações sobre o programa do curso procure a FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC RIO, Rua Santa Luzia, 735 - 5º Andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20030-040 Tel.: (21) 2517-9252 / 9282 Fax: (21) 2517-9249 Email: posgraduacao@rj.senac.br.

Cidades sustentáveis


Resultado de nossa enquete: é possível o Rio de Janeiro promover os Jogos Olímpicos de 2016, preservando o ambiente e garantindo a sustentabilidade, conforme tem sido divulgado pelos organizadores da candidatura?

  • Sim. Esse é o grande diferencial da candidatura do Rio de Janeiro 39%
  • Não. É apenas mais uma retórica para aproveitar um tema do momento 16%
  • O Rio de Janeiro não tem qualquer chance de realizar os Jogos Olímpicos, porque concorre com potências econômicas 3%
  • O Rio de Janeiro pode dar um grande exemplo de como equilibrar desenvolvimento econômico e responsabilidade socioambiental 42%

Nossa opinião

As respostas evidenciam um sentimento amplamente favorável à possibilidade de que o Rio de Janeiro realize Jogos Olímpicos, preservando o ambiente e garantindo a sustentabilidade. É claro que o desejo de que esse evento se realize na cidade, aliado ao apoio da mídia pode influenciar tais expectativas. No entanto, ter a sustentabilidade como tema central pode significar um importante caminho para a aplicação dos vultosos investimentos previstos. O Rio é uma cidade que ainda tem a natureza como importante diferencial, apesar da atuação devastadora da especulação imobiliária e dos efeitos que a miséria e o descaso com os temas sociais historicamente ocasionaram no ambiente.

Assim, a propalada intenção de realizar uma olimpíada sustentável pode ser uma oportunidade, desde que sua execução não se torne mais uma retórica oficial ou uma maquiagem adotada apenas para favorecer a uma “estratégia de marketing”. As organizações da sociedade civil que tem compromisso com a sustentabilidade devem vigiar e cobrar uma execução de fato de um projeto olímpico sustentável, mesmo que ele não seja olímpico.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lei de Incentivo à Cultura


Incentivo perde abatimento de 100%
Jotabê Medeiros

O texto da reforma da Lei Rouanet deve trazer uma novidade que promete gerar acalorada discussão: não haverá mais a possibilidade de dedução de 100% do valor investido num projeto com renúncia fiscal.

No início do plano de reforma, anunciado no primeiro semestre, o novo texto previa 6 faixas de dedução do imposto devido para fins de renúncia fiscal: 100%, 90%, 80%, 70%, 60% e 30%. Os debates subsequentes, no entanto, teriam criado a sensação de que era preciso exigir uma contrapartida maior da iniciativa privada.

Segundo o Ministério da Cultura, os próprios empresários pleitearam a participação de no mínimo 20% de dinheiro privado no processo de incentivo fiscal. "É um piso mínimo. Dessa forma, o mecenato será de fato uma parceria público-privada", diz o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy.

Manevy diz que prefere não falar no "fim dos 100%" de abatimento, para não criar um "pavor injustificado" entre os produtores culturais. Segundo o governo, o fato de que o novo sistema de incentivo fiscal terá fundos de incentivo direto (sem a necessidade de captação no mercado) será suficiente para dar segurança às artes.

Pela nova legislação, metade do dinheiro arrecadado pelo Fundo Nacional de Cultura deverá ser obrigatoriamente repassado a Estados e municípios. Mas trata-se de um dinheiro "carimbado", ou seja, não poderá ser utilizado em despesas de custeio dos Estados e municípios - terá de ser necessariamente transferido a artistas e produtores por meio de editais públicos.

A extinção dos 100% de dedução fiscal já provoca uma grita forte em alguns setores da cultura. "Vai ser um apagão cultural", brada Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores Teatrais Independentes (APTI). "Eles vão dar o golpe fatal e enterrar a cultura de vez", reclamou

Segundo Wagner, as grandes empresas que propuseram a contrapartida mínima de 20% já têm condições de bancar esse investimento, mas é um universo pequeno entre os financiadores da cultura. "E as pequenas? Temos entre 3 a 4 mil empresas apenas apoiando a cultura, e a maioria são pequenas. Com 100% de dedução fiscal a gente já não consegue patrocínio, então imagina com 80%", afirmou o ator, que diz que sua reivindicação é referendada por mais de 50 entidades do País.

A posição de Odilon não é majoritária. Movimentos de teatro como o Grupo 27 de Março e o Movimento Redemoinho (que une grupos teatrais de 14 Estados do País) querem a supressão pura e simples do mecanismo de renúncia fiscal. A Cooperativa Paulista de Teatro defende um sistema mais sólido de apoio federal à cultura, com a aprovação da PEC 150 (emenda constitucional que destinaria 2% do Orçamento da União para o setor. Outros produtores ouvidos pela reportagem perguntam se a decisão foi acompanhada de um estudo de impacto no emprego do setor. "As empresas dizem que topam entrar com 20%, mas manterão volume de investimentos? Essa é a questão", disse um consultor.

A reforma da Rouanet (Lei n.º 8.313, criada em 1991 e principal fonte de incentivo cultural no País) atrasou em relação à previsão inicial. Nem os próprios dirigentes de fundações e institutos ligados ao ministério conhecem seu teor completo. Segundo o MinC, esta semana haveria a última reunião na Casa Civil para formatar o projeto.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo. Para acesso completo clique em Estadão.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Epidemias

Quem manda é a indústria

José Saramago

Não sei nada do assunto e a experiência direta de haver convivido com porcos na infância e na adolescência não me serve de nada. Aquilo era mais uma família híbrida de humanos e animais que outra coisa. Mas leio com atenção os jornais, ouço e vejo as reportagens da rádio e da televisão, e, graças a alguma leitura providencial que me tem ajudado a compreender melhor os bastidores das causas primeiras da anunciada pandemia, talvez possa trazer aqui algum dado que esclareça por sua vez o leitor.

Há muito tempo que os especialistas em virologia estão convencidos de que o sistema de agricultura intensiva da China meridional foi o principal vetor da mutação gripal: tanto da “deriva” estacional como do episódico “intercâmbio” genômico. Há já seis anos que a revista Science publicava um artigo importante em que mostrava que, depois de anos de estabilidade, o vírus da gripe suína da América do Norte havia dado um salto evolutivo vertiginoso. A industrialização, por grandes empresas, da produção pecuária rompeu o que até então tinha sido o monopólio natural da China na evolução da gripe.

Nas últimas décadas, o setor pecuário transformou-se em algo que se parece mais à indústria petroquímica que à bucólica quinta familiar que os livros de texto na escola se comprazem em descrever. Em 1966, por exemplo, havia nos Estados Unidos 53 milhões de suínos distribuídos por um milhão de granjas. Atualmente, 65 milhões de porcos concentram-se em 65.000 instalações. Isso significou passar das antigas pocilgas aos ciclópicos infernos fecais de hoje, nos quais, entre o esterco e sob um calor sufocante, prontos para intercambiar agentes patogênicos à velocidade do raio, se amontoam dezenas de milhões de animais com mais do que debilitados sistemas imunitários. Não será, certamente, a única causa, mas não poderá ser ignorada.

No ano passado, uma comissão convocada pelo Pew Research Center publicou um relatório sobre a “produção animal em granjas industriais, onde se chamava a atenção para o grave perigo de que a contínua circulação de vírus, característica das enormes varas ou rebanhos, aumentasse as possibilidades de aparecimento de novos vírus por processos de mutação ou de recombinação que poderiam gerar vírus mais eficientes na transmissão entre humanos”.

A comissão alertou também para o fato de que o uso promíscuo de antibióticos nas fábricas porcinas/de porcos – mais barato que em ambientes humanos – estava proporcionando o auge de infecções estafilocócicas resistentes, ao mesmo tempo que as descargas residuais geravam manifestações de escherichia coli e de pfiesteria (o protozoário que matou milhares de peixes nos estuários da Carolina do Norte e contagiou dezenas de pescadores).

Qualquer melhoria na ecologia deste novo agente patogênico teria que enfrentar-se ao monstruoso poder dos grandes conglomerados empresariais avícolas e bovinos, como Smithfield Farms (suíno e vacum) e Tyson (frangos).

A comissão falou de uma obstrução sistemática das suas investigações por parte das grandes empresas, incluídas umas nada recatadas ameaças de suprimir o financiamento dos investigadores que cooperaram com a comissão. Trata-se de uma indústria muito globalizada e com influências políticas. Assim como o gigante avícola Charoen Pokphand, radicado em Bangkok, foi capaz de desbaratar as investigações sobre o seu papel na propagação da gripe aviária no Sudeste asiático, o mais provável é que a epidemiologia forense do surto da gripe suína esbarre contra a pétrea muralha da indústria do porco. Isso não quer dizer que não venha a encontrar-se nunca um dedo acusador: já corre na imprensa mexicana o rumor de um epicentro da gripe situado numa gigantesca filial de Smithfield no estado de Veracruz. Mas o mais importante é o bosque, não as árvores: a fracassada estratégia antipandêmica da Organização Mundial de Saúde, o progressivo deterioramento da saúde pública mundial, a mordaça aplicada pelas grandes transnacionais farmacêuticas a medicamentos vitais e a catástrofe planetária que é uma produção pecuária industrializada e ecologicamente sem discernimento.

Como se observa, os contágios são muito mais complicados que entrar um vírus presumivelmente mortal nos pulmões de um cidadão apanhado na teia dos interesses materiais e da falta de escrúpulos das grandes empresas.. Tudo está contagiando tudo. A primeira morte, há longo tempo, foi a da honradez. Mas poderá, realmente, pedir-se honradez a uma transnacional? Quem nos acode?

Extraído de Carta Maior. Para acesso clique em Carta.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Cidades sustentáveis


A arquitetura molda a nossa vida, diz ministro francês

Lourenço Canuto (Agência Brasil)

Ao falar nesta segunda-feira (7/9) na abertura do Simpósio Internacional sobre a Cidade Sustentável - A Metrópole do Futuro, o ministro da Cultura e da Comunicação da França, Frédéric Miterrand, afirmou que o acervo do passado mostra que “a arquitetura molda a nossa vida”. De acordo com o ministro, retrabalhar as cidades será a partir de agora a temática para homens e mulheres também na França, onde Paris “é um grande canteiro”. Ele disse que a arquitetura brasileira tem reflexo muito grande na arquitetura mundial e também em seu país.


Extraído de Mercado Ético. Para acesso completo clique em Ético.



quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Encontro dos Administradores


Diretor da Plurimus faz palestras em cidades do Rio de Janeiro


A Sustentebilidade e a formação do Administrador é o tema da palestra que Daniel Roedel fará na cidade de Cabo Frio, dia 16 de setembro, como parte integrante do Encontro dos Administradores do Rio de Janeiro - ENCAD. Outros encontros ocorrerão em diversas cidades do interior. No dia 19 de setembro o tema será Responsabilidade Social em Arranjos Produtivos Locais: a prática do APL de Confecção de Nova Friburgo e Região. Daniel apresentará também Desenvolvimento Sustentável: Desafios e Oportunidades para a Administração, no dia 7 de outubro, em Petrópolis.

Clique em ENCAD para acessar a programação completa.

Gestão

CRA-RJ realiza IV ENCAD

O Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro realizará nos dias 9 e 10 de setembro o IV Encontro dos Administradores do Rio de Janeiro. O evento comemora os 44 anos da profissão. Para mais informações e inscrições clique em ENCAD.

Cidades sustentáveis


O projeto olímpico do Rio de Janeiro pode ser sustentável?

O Rio de Janeiro é candidato a sede das Olimpíadas de 2016. Um dos aspectos ressaltados pelos organizadores para sensibilizar os delegados que decidem é o fato de ter um projeto que valoriza o desenvolvimento sustentável. Nesta semana a Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional publicou o relatório sobre as cidades candidatas.

Conheça o capítulo do dossiê da candidatura do Rio que trata da sustentabilidade. Clique em Rio.

Para sabar mais sobre cidades sustentáveis clique em Cidades.

E você? Qual a sua opinião sobre a sustentabilidade no projeto Rio 2016? Participe de nossa enquete!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sustentabilidade


CRA-RJ promove evento de Educação para a Sustentabilidade

O Conselho Regional de Administração do Estado do Rio de Janeiro - CRA-RJ, por meio da Comissão de Desenvolvimento Sustentável, promove no dia 27 de agosto o I EMS - Encontro para a Mudança Sustentável. O tema central é Educação para a Sustentabilidade.

O evento será realizado no auditório da Faculdade SENAC, Rua Santa Luzia 735 7º andar, Centro - RJ. As inscrições podem ser realizadas no site - http://www.cra-rj.org.br/site/noticias/240809.asp e são gratuitas para Administradores e estudantes de Administração registrados no CRA/RJ.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Petróleo


O mestiço e o americano


Recomendamos a leitura da coluna de Mauro Santayana, do Jornal do Brasil, sobre a posição do atual governo dos EUA em relação à guerra contra o Afeganistão.

Numa época em que ainda predomina o pensamento único na mídia, é sempre oportuno refletirmos sobre uma interpretação dissonante.

Basta clicar em:
O mestiço e o americano.

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lei de Incentivo à Cultura


Resultado de nossa enquete: você é a favor de que artistas consagrados sejam beneficiados por Leis de Incentivo cultural?

  • Sim. O Ministério da Cultura não pode restringir o alcance da política de incentivo à cultura a nenhum artista brasileiro, devendo esta ser a mais universalizante possível. 0%
  • Não. A lógica do fomento à cultura é justamente viabilizar projetos que, não tendo apelo comercial, só poderiam ser realizados por meio de Leis de Incentivo. 100%
Nossa opinião

O resultado, inédito em nossas enquetes reflete uma compreensão, com a qual compartilhamos, de que políticas públicas de cultura não devem ser pautadas por uma orientação de mercado. Artistas consagrados possuem acesso facilitado ao mercado. Empresas que pretendem associar sua marca a esses artistas podem avaliar o retorno comercial e investir recursos próprios, sem utilizar a renúncia fiscal. As áreas de marketing têm instrumentos adequados para avaliarem o retorno comercial desse tipo de patrocínio. O que devemos ter clareza é que uma Lei de Incentivo Cultural, viabilizada com recursos de toda a sociedade, não pode ser reduzida a um apelo de mercado. Se as empresas têm interesse em apoiar a cultura existem projetos aguardando o tão relevante apoio efetivamente cultural.

Um outro ponto não refletido na resposta do público - e talvez porque a pesquisa seja a partir de um questionário fechado - é de propor ferramentas que garantam um processo efetivamente democrático de construção de políticas públicas. Quem vai decidir se um espetáculo tem retorno comercial ou não pode cometer equívocos. Esse retorno pode ser subjetivo e variar de acordo com as regiões do país, características culturais específicas etc. Uma alternativa pode ser a proposição de faixas de incentivo e de aplicação de recursos nesses projetos, mas nunca limitação de uma política pública de seu caráter universalizante... O MinC tem especialistas nesses assuntos (e se não tiver, temos articuladores e grandes estudiosos da questão no Brasil). E a resposta pode ser mais bem elaborada que apenas o veto ou aprovação de alguns espetáculos/produtos culturais.

Cultura


A mentira da cultura*
Monclar Valverde

Experimentamos, atualmente, um verdadeiro fetichismo da “cultura popular”, concebida como reflexo simbólico da identidade comunitária e meio de inclusão social para os que permanecem à margem da sociedade de consumo. De quebra, assistimos também a uma certa demonização da “cultura de elite”, identificada, sem mais, com as práticas de exclusão. Mas o que surpreende é que tais atitudes, apressadamente transformadas em “política cultural”, manifestem-se, simultaneamente, no programa de governo, na pauta midiática, na plataforma universitária e na bandeira de diversas ONGs, sob aplausos entusiásticos dos organismos internacionais de vários tipos. Tanto consenso não deixa de levantar suspeitas…

Há um claro oportunismo político nessa escolha da cultura como válvula de escape para a desigualdade social, especialmente numa situação em que as vias convencionais de inclusão social – habitação, saúde, educação e emprego – estão bloqueadas. Isto é negativo, não só para a cultura, mas para a própria cidadania que se quer promover, além de não alterar nada na estrutura que reproduz aquela situação. Os “socialmente excluídos” são iludidos mais uma vez, com uma espécie de “atalho” que dificilmente os levará de fato àquilo que nunca tiveram: instrução, trabalho e possibilidade de desenvolvimento pessoal. Eles são, além disso, forçados a viver uma segunda vez sua situação de exclusão, encenando-a como espetáculo para uma platéia comovida e bem intencionada. Por outro lado, a própria idéia de “cultura” é amesquinhada com propósitos eleitorais, empresariais ou simplesmente pessoais. Instrumentalizada, ela passa a fazer parte do marketing institucional de governos, empresas e organismos os mais diversos, além de reforçar o curriculum vitae de novos burocratas, futuros candidatos e eternos “líderes comunitários”.

Dessa forma, mesmo que involuntariamente, a idéia de cultura como expressão espontânea da identidade social de um grupo acaba sustentando a apologia do status quo e da homogeneidade. Estimulando os agentes sociais a reiterarem “sua” identidade, como único meio para alcançar o reconhecimento e a aceitação da sociedade, esta política de inclusão os mantém prisioneiros de sua própria cultura e de sua própria situação social. Convoca-os à participação, mas para que permaneçam como estão, ocupados em desempenhar o papel que os outros lhes atribuíram, num espetáculo em que serão eternamente coadjuvantes.

*Extraído de Cultura e Mercado. Para acesso completo clique em Cultura