sexta-feira, 22 de maio de 2009

Cidadania


Diretor da Plurimus participa de evento no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal


Raízes negras na América Latina

Entre os dias 12 e 17 de maio de 2009, no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal na cidade do Rio de Janeiro, foi realizado o II Encontro de Raízes Negras na América Latina. O evento contou com mostras de cinemas, seguidos sempre de palestras e debates, retratando diversos aspectos da participação dos negros na formação da cultura americana. Assim ocorreu quando o diretor da Plurimus e da Casa da América Latina, Hiran Roedel, debateu, no dia 13, com o diretor do filme Intolerância Religiosa, Joel Zito, e no dia 15 com alunos do ensino médio da rede pública estadual.

Em ambos os dias Hiran abordou a cruel trajetória a que foram submetidos os negros no Brasil, suas condição de escravo e suas resistências. Ao longo de sua exposição, destacou o aspecto da intolerância da cultura ocidental e que, esta como tal, não só não admite a existência do outro enquanto diferente possuidor de identidade própria como, também, tem a necessidade de ao negar esse outro tem de submetê-lo a uma relação de poder que o anule enquanto indivíduo.

Desse modo, a escravidão, além de uma empresa lucrativa para as potências ocidentais da época, foi igualmente um projeto societário que formou o imaginário social brasileiro em que ao negro era negada a sua condição humana. Sob essa perspectiva, esse mesmo negro é mantido na periferia do processo produtivo quando do fim da escravidão, tendo em vista a abolição não ser resultado de um novo projeto social, mas sim de um arranjo político das elites. Ou seja, a condição atual do negro, bem como a intolerância em relação às religiões de matrizes afro, correspondem ao estatuto histórico a que foram submetidos, primeiro como escravos e, segundo como trabalhadores de baixa qualificação profissional, portanto retroalimentando o ciclo vicioso das condições de penúria e pobreza.

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