quinta-feira, 28 de março de 2013

Chamada de Artigos

Plurimus Cultura e Desenvolvimento em Revista ISSN 2238-1953 

Os editores 

A cultura ocupa na contemporaneidade um papel de destaque no cotidiano das pessoas. Valorizada desde há muito como portadora privilegiada do conteúdo simbólico das artes – sofisticada, quando entendida como uma suposta alta cultura; popular, quando caracterizada quase sempre pelo traço folclórico que remete ao simples, prosaico e principalmente ao não-dinâmico; ou de massa quando associada ao produto que a indústria cultural, simplificou para vender a um público achatado pela homogeneização de conteúdos e formatos em escala industrial – é hoje investigada sob novas dimensões que vêm conferindo um acréscimo de importância ao tema.

Datam de fins do século XX os primeiros movimentos internacionais de reconhecimento da cultura no âmbito dos direitos humanos e sociais; tendo na Conferência Mundial sobre Políticas Culturais, realizada pela UNESCO, em 1982, no México (Mondiacult), o marco internacional sobre o assunto. Desde então, países têm adaptado suas legislações no sentido de garantir a cultura como um direito universal. No Brasil, a dimensão cidadã da cultura está expressa no Artigo 215 da Constituição Federal, de 1988, onde se lê que “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

É igualmente significativa a mobilização de pessoas e instituições em torno da discussão sobre o montante de recursos que as atividades culturais fazem circular e, portanto, o tamanho da sua contribuição ao PIB dos países, conferindo um peso ainda maior à já destacada ampliação da importância da cultura no cotidiano imediato da vida das pessoas. A despeito de certa imprecisão na caracterização terminológica do campo, entendido por alguns como economia criativa, economia da cultura, setores criativos etc, é fato que o setor demanda enorme mão-de-obra e que esses empregados são melhor remunerados se comparados a trabalhadores com a mesma escolaridade, empregados em outros setores.

Nos mandatos presidenciais a partir de 2003, percebe-se uma ampliação do número de políticas públicas de cultura, transparecendo a opção do governo federal por trazer o Estado para um campo que se viu significativamente esvaziado da ação pública ao longo dos anos, muito embora ainda reforcem mecanismos privados de investimento em cultura. Fato confirmado pelos números da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), disponibilizados pelo Ministério da Cultura, que em 18 anos de vigência, dos oito bilhões investidos, mais de sete bilhões foram recursos públicos, ou seja, a Lei só mobilizou 5% de recursos das empresas, sendo que a maior parte desses recursos eram de empresas públicas. Estratégia privada com recurso público.

Essas e outras nuances compõem a miríade de temas inseridos no contexto da Cultura, tema central da quarta edição da Plurimus Cultura e Desenvolvimento em Revista. Poderão ser enviados artigos e resenhas de livros que articulem o tema da Cultura com o recorte editorial da revista: gestão, educação, história, sustentabilidade, cidadania e desenvolvimento local. Além de artigos de pesquisadores e especialistas no tema haverá um espaço específico para estudantes de cursos de pós-graduação lato sensu.

Temas gerais, articulados com o nosso recorte editorial também serão avaliados.

Os autores deverão seguir as normas de publicação e enviar os trabalhos para revista@plurimus.com.br até 31 de julho.

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